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” Ser empreendedor/a significa ser um/a realizador/a, que produz novas ideias através da congruência entre criatividade e imaginação.” diz o SEBRAE. Mas o empreendedorismo feminino vai além dessa afirmativa, sinalizando uma quebra de paradigmas quanto à capacidade de liderança da mulher.
Penso também que empreender não é somente ter uma empresa, mas lançar-se ao novo, às descobertas e a buscar seus sonhos, potencializando o que cada um tem de melhor. Fico sensibilizada quando ainda vejo mulheres que sofrem abusos de todos os tipos. Fico preocupada em ver que, ainda no século XXI, as lacunas de gêneros são, muitas vezes, pautas discursivas nas corporações, mas nas pautas estratégicas, elas ainda estão muito distantes de serem executadas.
O empreendedorismo feminino tem minha paixão pela possibilidade que dá, à mulher, uma alternativa de viver o sonho da liberdade. A tão sonhada possibilidade de poder escolher a vida que quer levar.
Vivemos em um modelo patriarcal que deixou a todos intoxicados pelo exagero das forças masculinas em nós. Tanto homens, como mulheres, sofrem a consequência de um desequilíbrio interior que deixou marcas nas pessoas, na sociedade e no planeta.
Na minha trajetória de vida, encontrei muitas mulheres, muitas singularidades e muitas narrativas difíceis de compreender. Confesso que ainda existe, uma percepção do papel da mulher na sociedade, muito “limitada”. Parece que algumas empresas deixam suas crenças de um mundo mais inclusivo apenas no nível discursivo. As ações corporativas de inclusão da mulher nos espaços de trabalho não são incorporadas pela cultura da empresa e nem estão conectadas com as estratégias da organização.
A sensação que eu tenho é que as empreendedoras, muitas vezes, saem de seus mundos corporativos, muito pela falta de empatia dos líderes da organização em acolhê-las em suas reais necessidades.
Empreender não é a salvação para as mulheres, mas é, talvez, uma das formas para sua autonomia. Cabe lembrar que o glamour de uma vida empreendedora não tem nada a ver com o que passam na mídia. O esforço pessoal é dobrado. Seu projeto é seu filho/a. Você vai ter que amá-lo e estar presente o tempo todo, principalmente, nas fases iniciais do projeto. Os projetos exigem da gente este afeto. Em contrapartida, podemos decidir e administrar o nosso tempo.
A mulher, na contemporaneidade, ainda sofre no mercado de trabalho com as diferenças salariais, com a falta de oportunidades, com o assédio, com a jornada tripla e com o famoso teto de vidro, isto é, a impossibilidade da mulher chegar às altas lideranças. Além disso, com a pandemia, as lacunas de gênero no mundo corporativo, vão se evidenciar ainda mais.
O empreendedorismo feminino auxilia na construção de uma sociedade mais sustentável originando oportunidades de liderança para as mulheres. Embora elas correspondam a 52% da população do Brasil, só ocupam posições de de liderança em 13% das 500 maiores empresas no país.
Criar seu próprio projeto é empoderar-se. É construir uma história de protagonismo e transformar cenários, mudando a vida das mulheres e das pessoas que vivem ao seu entorno. Mulheres empreendedoras são fundamentais para que ocorram as mudanças sociais que queremos ver no mundo. A presença feminina ainda contribuir para a inovação dos projetos, pois elas vêm com uma maneira própria de realizar negócios e de servir ao mundo.
Além disso, incentivar o empreendedorismo feminino faz com que nossa economia cresça. Não são poucos os exemplos de mulheres que se destacaram com seus projetos, gerando renda e empregos locais, fazendo crescer a economia de sua cidade e país.
Termino esta reflexão dizendo que o empreendedorismo feminino, embora todos os desafios que existam na sociedade e no mundo corporativo, está trazendo mudanças ao mundo com projetos que impactam socialmente e economicamente nosso país.
Posso dizer que o movimento do Capitalismo Consciente também está associado a busca de maior diversidade e inovação nas empresas e o movimento empreendedor feminino é um dos caminhos para que possamos valorizar as pessoas e buscar a diversidade e inovação que tanto queremos vivenciar neste século.
Valorize os projetos femininos! Compre, divulgue e invista em negócios gerenciados por mulheres. O protagonismo feminino é uma das formas para que possamos diminuir a diversidade de gênero no mundo.
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Eliane Davila dos Santos
Embaixadora Certificada do Movimento Capitalismo Consciente no Brasil
PhD em Processos e Manifestações Culturais
Pesquisadora do Empreendedorismo Feminino