Começo esta reflexão dizendo que a liderança organizacional é uma das temáticas que vem me acompanhando na minha trajetória profissional desde que iniciei no mundo corporativo e na minha carreira acadêmica.
Sempre gostei de buscar nas lideranças que trabalharam comigo, atitudes e comportamentos que eu pudesse me inspirar. A inspiração é uma forma amorosa de trazer amor. Uma liderança inspiradora precisa ser construída em uma base forte. Precisa estar conectada com o momento presente.
Assim, hoje vamos falar sobre o estado de presença. O que é este conceito e como ele pode ser vinculado às lideranças organizacionais?
Partindo da perspectiva do Livro, Liderança Shakti, o estado de presença é definido como um estado de consciência do momento presente. É um estado de “flow” onde acessamos o equilíbrio, completude, conexão interna e externa com o nosso entorno. É uma interconexão que vai além do nosso mundo, indicando uma ligação com nossa essência interior. Em estado de presença estamos plenos, flexíveis e congruentes.
Estar em estado de presença nos direciona à pensar que as lideranças, estão em plena disponibilidade para seus colaboradores, além disso, o conceito também permeia a ideia que você, como gestor/a, não tem nada a temer, nada a defender e nada a promover. É só você em estado de presença!
Uma das observações mais relevantes para mim, na leitura do Livro Liderança Shakti, foi entender que este estado de presença nos leva à unicidade, ou seja, no estado de presença eu sou eu mesma. Este é o estado natural, onde posso estar alegre porque posso ser o que realmente devo ser no mundo.
Os líderes conscientes são responsáveis por servir ao propósito da organização criando valor para todos os seus stakeholders e cultivando uma Cultura Consciente de confiança e cuidado. Os aspectos relevantes para essa competência incluem a confiança, o equilíbrio e determinação. O cultivo da presença possibilita o desenvolvimento de líderes mais carismáticos, que possuem um magnetismo singular e que possuem influencia sobre os outros. Em estado de presença, o líder encontra clareza e energia em uma linguagem corporal e verbal inspiradora.
As organizações desejam líderes para que tenham o estado de presença desenvolvido. Os líderes devem ser capazes de projetar confiança carismática, mas esta competência deve estar intrinsecamente ligada ao estado de presença.
Posicionamentos genuínos, na liderança organizacional, devem estar conectados com nosso Eu interior. Caso contrário, estaremos usando as máscaras que as influências externas nos disponibilizam para construção de uma persona que não é realmente quem somos.
Dessa forma, o líder deve ser exatamente a pessoa que ele é . Esta é a chave para a construção de lideranças mais conscientes nas organizações.
Percebemos o quão difícil é estar nesse estado de presença. Somos, a cada minuto, chamados a estamos em piloto automático. Realizamos as atividades, conversamos com as pessoas, mas na verdade, não as sentimos e nem as escutamos de forma genuína. A busca pelo estado de presença requer uma vigília constante.
O desenvolvimento do estado de presença requer um cultivo desta vigília e a prática diária do restabelecimento do equilíbrio interior. Uma das práticas mais eficazes para cultivarmos a presença é colocarmos limites adequados às nossas relações. Normalmente, as tendências femininas do ser humano, e aqui lembramos que, não estamos falando de gênero, deixam as pessoas mais abertas aos relacionamentos e com isso, estão mais expostas à dependência. Por isso reforço a importância da vigília constante.
Como um elefante que sempre esteve preso em uma corrente, quando o soltam, a tendência é ficar condicionado a estar no mesmo espaço. Assim, nós humanos, também podemos correr o risco de aceitar que nossas limitações, nossa liberdade e nosso potencial somente existam em nossas mentes. Somente quando estamos realmente presentes é que podemos transcender essas restrições pessoais e ir em busca da felicidade e das realizações que desejamos.
O estado de presença leva você à consciência. Um lugar que não é estático, mas uma dinâmica criativa que cria, preserva, destrói e recria. Nossas chances de acertar, em atitudes e comportamentos, no processo de liderança são muito maiores se estivermos neste estado de consciência pleno.
É preciso honrar quem você verdadeiramente é . É preciso prazer em tudo que se faz. Agir com a alma, este é o chamado do estado de presença a todas as lideranças organizacionais.
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Eliane Davila
Ph.D em Processos e Manifestações Culturais
Pesquisadora do Empreendedorismo Feminino
Embaixadora Certificada do Capitalismo Consciente
Mentora de Negócios da ABMEN
Presidente da Associação de Administradores do Vale do Sinos – AVS