
Estar com Raj Sisodia foi mais do que um encontro — foi um reconhecimento de valores compartilhados. Um daqueles momentos em que teoria e prática, discurso e presença, se alinham com autenticidade. Raj não apenas palestrou no Legado Coop com a eloquência e profundidade de quem vem estudando há décadas o papel das empresas no mundo. Ele nos ouviu, nos olhou nos olhos, provou do nosso chimarrão, e reconheceu com admiração a riqueza da cultura gaúcha. Isso diz muito sobre ele — e também sobre o que verdadeiramente significa viver o que se prega.
Raj é um dos cofundadores do movimento Capitalismo Consciente, uma abordagem que propõe uma nova lógica para o papel das empresas: ao invés de serem movidas exclusivamente pelo lucro, elas devem atuar com propósito, gerar valor para todos os seus stakeholders (colaboradores, clientes, fornecedores, comunidades e o planeta), cultivar lideranças conscientes e promover culturas organizacionais saudáveis.
Em outras palavras, o Capitalismo Consciente é um chamado para uma economia que respeita a vida — uma evolução do modelo tradicional de negócios, que reconhece que resultados sustentáveis vêm da coerência entre o que se diz e o que se faz.
E foi justamente isso que vi em Raj: coerência entre discurso e atitude. Ao demonstrar interesse genuíno pela nossa cultura, ao se permitir aprender com o que é diferente, ele reforça que um líder consciente é, antes de tudo, um aprendiz atento e um ser humano presente.
Sou agente do movimento Capitalismo Consciente no Brasil, e acredito profundamente que essa visão dialoga com os princípios do cooperativismo. Ambos valorizam o coletivo, a interdependência e o impacto positivo como formas de prosperar. Em vez de competir de forma predatória, promovem a colaboração e a construção de valor compartilhado. E em tempos como os que vivemos — marcados por crises sociais, ambientais e emocionais — esse modelo não é apenas necessário, é urgente.
A presença de Raj Sisodia no Legado Coop nos lembrou que negócios não existem isoladamente. Eles são tecidos sociais vivos, que podem curar ou ferir, incluir ou excluir, regenerar ou explorar. E cabe a cada liderança escolher seu papel nessa história.
Mais do que palestras, o que levamos desse encontro foi a inspiração para agir com mais consciência, mais coragem e mais coração. Porque empresas são feitas de pessoas — e pessoas são transformadas por encontros como esse.