Escutar com toda potência interior

Escutar é como que encontrar sentido nas palavras. É mais profundo que ouvir. Ultimamente venho tentando escutar mais do que ouvir. Escutar é colocar-se em um movimento generoso com o outro e comigo mesmo.

Escutar é uma habilidade a ser desenvolvida pelo ser humano para o encontro da empatia. Sintonizar a frequência da escuta. Perceber que o processo de entender o outro e a você mesmo exige entrega. Noto que poucos dedicam tempo a entender os outros e a si mesmos. Noto que os valores que regem a conduta de alguns não tem nada a ver com a suas crenças e valores. Vivemos em um mundo onde todos gritam, chamando a atenção, buscando reconhecimento e cultivando o ego que as deixa mais confortáveis com seu mundo sem escuta.

Quando direcionamos nossa mente a entender o que se passa co m o outro e com a gente mesmo, um milagre acontece. É como se o espelho da vida revelasse nossos esconderijos mais secretos. Os outros não são mais os outros, pois fazem parte de mim também. É curioso, mas acredito que o fato de escutar com toda nossa potência, libera nossas forças femininas de compreender e de se colocar no lugar do outro, processo que acontece, independente do gênero.

É como que nossos ouvidos fossem nossas forças femininas e os olhos nossas formas masculinas. Inalar e exalar, eis que voltamos a um dos mais primitivos atos humanos, a respiração. Respirar é a primeiro ato que realizamos na vida e este ato nos acompanhará até nosso último suspiro. No entanto, a escuta é aprendida, é um hábito que vamos aperfeiçoando ao longo da vida.

A porta está aberta para aqueles que querem escutar e não apenas ouvir. Muitas pessoas têm medo de dar o primeiro passo, pois é um campo de incertezas ali. Não sabemos o que vamos encontrar, na verdade. O que sabemos é que esse processo mudará você. Sua identidade será transformada, sua forma de ver o mundo se alterará.

Sempre tive comigo que viver é ousar, é sair da zona de conforto, é evoluir como ser humano. Assim, o processo de escuta tornou-se uma forma de consciência, uma forma de ligação espiritual que está me conduzindo a lugares que nunca transitei, mas que estão promovendo uma revolução interior que está potencializando o que tenho de melhor em mim mesmo e me fazendo ver o brilho e sombra de cada pessoa, não com tom de julgamento, mas no intuito de compreender o ser humano de uma forma mais ampla.

E você, já vivenciou o processo de escuta em sua vida?

A melodia da nossa Alma

Um excesso de urgência assolava nossas mentes até poucos dias. Depois um excesso de calmaria nos pegou de surpresa como se já não estivéssemos mais produtivos.

Mais adiante, vieram semanas de reflexão. Vieram momentos de pensar profundo, de recolhimento e de redefinições de rumos.

Em tempos incertos, a nossa alma pede para que semeamos nosso agir no mundo. O mundo pede para semear, mas não precisamos ter urgência.  A calma nos trará primaveras floridas.

Como em um instrumento de cordas, como um violão, nossa alma vai encontrando o equilíbrio para construir a música da nossa vida.  O excesso de aceleração nos deixa enérgicos, mas nem por isso produtivos em nossa jornada. Por outro lado, o excesso de calmaria  nos deixa apáticos em nosso caminhar.

A alma pede equilíbrio e nesse afinar de cordas musicais, vamos sintonizando nossos acordes musicais para a vida e para novas formas de nos expressar no mundo.

Que possamos começar a semana com o sentimento que devemos lançar nossas sementes enquanto nossa música vai encontrando a forma, criando as notas musicais e experimentando as diversas as afinações de rumos que a vida vai nos oferecendo.

Sigamos realizando o que precisa ser feito, mas aproveitando a jornada. Assim, vamos nos permitindo reconhecer as maravilhas que estão no nosso entorno. Deste modo, nossa alma vai se revelando, vai se despertando e conectando-nos ao nosso propósito de vida.  

Que a nossa música possa tocar os corações de muitas pessoas, assim como, por meio desse texto, tentei traduzir a voz do meu coração para tocar a alma vocês.

A arte de mudar

Hoje eu acordei com vontade de mudar. Vontade que tenho, todos os dias, quando percebo que nosso propósito, na vida, é evoluir como ser humano.

Procurei sinônimos para a palavra mudança e encontrei na minha pesquisa: modificação, alteração, transformação, transmutação, transfiguração, metamorfose, mutação, transição, variação, conversão, oscilação, alternativa, alternância, alternação entre outros.

Os significados encontrados pareciam tão vazios, tão sem cor, como vejo tantas pessoas tão cinzas em espaços tão coloridos no mundo.

A mudança fez parte da minha vida, muitas vezes, pelo destino, mas na maioria das vezes, porque eu mesma me lancei à mudança. Mudar sempre me deu força e oxigenação. Enquanto via o dia começar e terminar, via o meu aflorar, o meu recolher.  Um dia acertando, outros dando um passo a trás para retomar o rumo.  Isso me mostrou o quanto somos frágeis e não temos controle sobre nossas vidas. A falsa crença de que temos o controle de nossas vidas nos impede de viver a mudança.

Mudar é ficar em situação de vulnerabilidade. É saber que muitos estão a nos julgar. É não ter certeza de nada, mas acreditar que é possível. A cada passo, uma nova descoberta, um novo começo. É interagir com o mundo, como uma dança. Assim, creio que a palavra mudança deveria ser ressignificada no dicionário. Sim!!!

A palavra mudança tem mais sentido quando percebo a magia que ela nos revela  com a dança. A arte de mudar, representa, como na dança, nossa capacidade de realizar nossos movimentos singulares, de deixar nossa alma encontrar o ritmo da vida e encontrar a si própria.

Todo passo de dança é uma poesia, é arte, é inspiração.

E você, qual passo de dança você está vivendo em sua vida? Seja gentil consigo e lance-se às experiências poéticas das Mu-danças.

Lançamento de News Mensal

O projeto Coffee and Work, no qual participo como pesquisadora, é uma plataforma que aproxima pessoas que amam conhecimento e desejam criar, transformar e ressignificar seus pensamentos e crenças a respeito da atividade de trabalho.

No final do mês de abril, com uma bela curadoria de conteúdo, o projeto avançou e lançou a sua primeira News Mensal. O objetivo é conectar os leitores e leitoras às informações mais relevantes dentro das diversas áreas do conhecimento.

A curadoria de conteúdo é uma forma muito interessante de ler ótimos conteúdos digitais, primando pela qualidade, de fontes confiáveis e com sua devida contextualização. O projeto Coffee and Work está preparado para fornecer os melhores conteúdos para você. 

Gostou da ideia? Inscreva-se para receber a News Mensal!

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Mês de março e o Dia Internacional das Mulheres

Neste mês de março onde comemoramos o dia internacional da Mulher, eu recebi o convite das Gestoras de negócios da empresa Braspess, de Novo Hamburgo e Porto Alegre, para realizar uma palestra sobre A Busca da Essência Feminina nas Organizações. Vivemos em um mundo corporativo que ainda privilegia as forças masculinas do ser humano. Evidenciar a importância de uma gestão com nossas forças femininas pode melhorar o ambiente de trabalho, além de construir relações de afeto e de empatia no meio corporativo. Acredito muito em empresas mais humanizadas e que valorizam a singularidade do ser humano. Empresas que buscam a performance organizacional a partir de propósitos que cultivam o afeto e a cooperação. As transformações estão acontecendo e nossas forças femininas podem potencializar e acelerar a construção de ambientes mais acolhedores para todos nós. Feliz por poder conhecer a equipe de mulheres, das duas unidades da Braspress, além de trazer reflexões sobre a importância do protagonismo feminino para geração de negócios que modificam vidas, geram valor e são mais lucrativas. O futuro das organizações é feminino!

Palestra no Espaço Novos Saberes

A importância da mulher nos espaços de inovação e empreendedorismo foi a temática da palestra que eu realizei no dia 08.01.20 no Espaço Novos Saberes, em Campo Bom , RS . Confesso que fiquei impressionada com tamanha receptividade das anfitriãs Elisa Helena Strack e Karen Elias. O espaço foi constituído para proporcionar aos participantes um encontro intimista, onde todos podem participar ativamente na palestra, tornando o encontro mais acolhedor e transformador para todos os envolvidos.

Minha fala veio ao encontro da busca das mulheres em conquistar seus sonhos por meio do empreendedorismo. É incrível perceber que, embora todas as diferenças de vida de cada ser humano, todos e todas nós buscamos conquistar nossos sonhos e impactar pessoas com nosso trabalho.

Ás vezes eu percebo que o meio acadêmico e o meio empresarial possuem algumas lacunas. O que quero dizer é que a sociedade, de forma geral, não entende o que os pesquisadores realizam na academia. Neste encontro, pude trazer minha experiência na construção da minha tese intitulada Mulheres Empreendedoras em Parques Científicos e Tecnológicos: a construção discursiva de imagens de si na Espanha e no Brasil.

A ideia principal foi mostrar que o meio acadêmico pode ajudar a sociedade de alguma forma. Meu trabalho de tese possui um cunho social também. A tese propõe a reflexão  para a construção de uma maior visibilidade e representatividade da mulher nos ambientes de inovação e empreendedorismo. As mulheres são essenciais para estes ambientes. Ignorar o gênero feminino é ignorar a ideia de inovação como possibilidade de construção de sociedades mais justas e sustentáveis.

Inovar é uma tarefa que o mundo moderno nos impõe com tanta força e impacta diretamente a permanência e sobrevivência de nossos negócios. Vivemos um mundo global, onde temos que concorrer com o mundo inteiro. É fundamental que tenhamos condições de mudar e melhorar nossos produtos e serviços para a manutenção de nossas empresas. Sabemos que o Brasil é um país muito difícil para empreender, pois não temos incentivos do governo, não temos condições de fomento de crédito adequados e além disso, nosso país, na minha opinião, ainda vive à margem dos grandes centros inovação do mundo. Sabemos que grande parte nossa tecnologia vem de outros países e que o Brasil enfrenta muitos problemas da área da educação e saúde.  

Posso dizer que as mulheres e homens que decidem empreender no Brasil são heroínas e heróis porque a burocracia e todos os entraves existentes para quem é empreendedor no país.

As mulheres, além dos entraves econômicos, conta com toda as dramáticas sociais de ser mulher. O que quero comentar, nesse caso, é que a mulher durante muitos séculos estava à margem do espaço público. Elas estavam na neblina, ofuscadas pela baixa representatividade no mundo do trabalho. Neste século, as coisas estão mudando e as mulheres estão conquistando seus espaços de fala e de expressão no trabalho, principalmente por meio do empreendedorismo feminino. Porém, sabemos que nem tudo são flores, mas elas estão se lançando a novos desafios e a novas possibilidades de autoconhecimento para desfrutarem de uma vida com maior autonomia e liberdade.

No Espaço Novos Saberes, percebi que aquelas mulheres estão construindo suas relações de contatos e que por meio deles, elas estão descobrindo que podem mudar suas vidas e suas  escolhas. Não importa a idade, a classe social, a profissão que escolham, o momento atual é nosso, pois o mundo está aberto à força feminina.

Nascemos de um homem e uma mulher, com isso, temos forças femininas e masculinas como seres humanos. Por muito tempo, as forças masculinas dominaram nossa sociedade, mas agora, com o passar do tempo, estamos descobrindo que a força feminina vai transformar o mundo. A ideia é que a sociedade recupere o equilíbrio entre as forças masculinas e femininas.

Sabemos que quando a mulher está gerindo suas empresas , ela não pensa apenas em si . Ela pensa nos filhos, no marido na família inteira. Mulheres gerindo seus próprios negócios são capazes de elevar o PIP do país. Além disso, existem estudos que comprovam que as empresas geridas por mulheres são mais rentáveis.

Não há dúvidas que as mulheres devem estar presentes em todas as áreas profissionais, inclusive as profissões relacionadas às carreiras STEM, isto é ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Atualmente, existem estudos que acrescentam as áreas de artes e arquitetura também como áreas importantes para a inovação, recebendo a sigla de STEAM. Dessa forma, acreditar em transformações sociais e econômicas sem a mulher é desperdiçar a metade da população do planeta.

Sabemos que as questões de gênero são, muitas vezes, deixadas de lado porque estamos falando das relações de poder que são atravessadas pelos assuntos de gênero.  As mulheres não querem se impor aos homens, elas querem trabalhar junto com os homens. As mulheres querem acesso ao mundo corporativo sem entraves, sem barreiras e sem discriminação. Sabemos que o trabalho não remunerado, aquele trabalho que é realizado dentro da casa, limpeza, compras, cuidar dos filhos, são reconhecidos como trabalho de mulheres, quando o marido também é responsável pelo lar, pelas crianças, pelas limpezas.

O trabalho não remunerado, é um entrave forte nas questões  femininas quando falamos em empreender com um negócio próprio ou intraempreender dentro de uma grande empresa. Este fato, na minha opinião, deve ser discutido dentro de casa, envolvendo o companheiro e toda a família. A mulher não precisa assumir estas atividades sozinha.  Uma conversa entre o casal pode ser transformadora nesse sentido. A criação que damos aos nossos filhos homens também ganha impacto, pois se criarmos meninos com uma nova mentalidade de união e parceria, as gerações futuras serão beneficias e a mulher poderá lançar voos muito altos no empreendedorismo, tendo tempo para inovar, fazer networking, realizar treinamentos e tudo mais.

Além disso, percebo que as mulheres devem buscar posições de liderança, quando desejarem, e dessa forma, terem as mesmas condições que os homens de dar o seu melhor no trabalho. A atividade de trabalho é uma atividade de desenvolvimento humano e de expressão identitária.  Compreender que empreender é para homens e mulheres é o início de uma revolução econômica e social.

Foto com as participantes do encontro.
Sorteio do livro Momento de voar de Melinda Gates a uma das participantes
Karen Elias, Eliane Davila e Elisa Helena Scrack.